Feliz novíssimo ano: novidades por aí!

Feliz 2024. É engraçado que os anos estão soando futuristas de verdade. Os 1900 tinham um charme milenar, uma coisa meio Vaticano. Agora tudo parece modelo de eletrônico, sei lá, o iPhone X2024. 

Imagina a situação, daqui milhões de anos, alguém encontrar um túmulo de plástico com as inscrições “2023”, que coisa mais anticlimática. Parece que nosso tempo nunca mais vai ser antigo. Mas esse não é o assunto da edição. Na verdade, é o contrário. Estou aqui com novidades.

A Desinteressante terá textos com mais fôlego neste ano. Isso significa uma quantidade menor de edições, mas com histórias mais aprofundadas. Vou começar esse teste a partir de março de 2024, se tudo der certo. A ideia é a mesma: história de pessoas anônimas. O que muda é meu incômodo.

Lancei a Desinteressante em 2021. Apesar dos posts bimestrais ou trimestrais, me aproximo dos 3 mil assinantes. Porra, imagina um show com 3 mil pessoas, faz até fila pro banheiro. Quero preparar um negócio bem trabalhado com esse carinho todo. 

O que vai me motivar nessa nova pegada é a pergunta: o que é destino? Beleza, Sófocles ou algum bêbado na rua já piraram nessa mesma pergunta há tempos, mas isso tem me incomodado profundamente. 

O que leva uma pessoa a passar por uma situação terrível ou maravilhosa? Por que uma coisa boa pode se tornar péssima sem motivo aparente, sem motivo, do nada? Como repórter, vejo pessoas saindo de casa tranquilamente até serem sorteadas pelo acaso, para bem ou para mal. Tipo, por quê? 

Eu não acredito em predestinação nem nada espiritual, então essas perguntas alugaram um apartamento mobiliado na minha cabeça. Nas duas histórias que estou escrevendo, tem tudo isso. Aguardem. 

Também indicarei documentários e, quem sabe, edições com cartas que escrevi e aquelas enviadas por vocês -- como fiz no passado. 

PS: sim, faço 30 anos em 2024. Estou prestes a entrar em uma crise de consciência pesada. No fim, nada será como antes amanhã, já dizia uma música lá.